Educação Aberta: Práticas, Tecnologias e Políticas

Disciplina optativa do Mestrado Profissional. A aplicação do conceito de abertura na educação em perspetiva histórica e contemporânea. Remix e hipertextualidade na cultura e na educação. Recursos, dados e acesso, práticas e códigos abertos. Direito autoral, licenças abertas, e Creative Commons. Contato com alunos do Mestrado em Liderança Aberta da Universidade de Nova Gorica (Eslovênia).

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Ementa

A aplicação do conceito de abertura na educação em perspetiva histórica e contemporânea. As relações da educação com o acesso a informação, o acesso aberto ao conhecimento científico e o software e hardware livre. Os Recursos Educacionais Abertos (REA) como pilares da educação aberta na cultura digital. O significado da prática educacional aberta em suas diversas dimensões, incluindo planejamento, tecnologia, conteúdo, avaliação e abordagens pedagógicas. A diferença entre o livre, o público, o grátis e aberto. A educação na cultura digital e sua relação com privacidade, transparência e plataformas de vigilância e controle.

Licença livre de conteúdo

Todo conteúdo que você (aluna/o) produzir e publicar durante a condução desse curso, incluindo aquilo que você entregar como parte de alguma atividade dessa disciplina, terá obrigatoriamente uma licença Creative Commons Atribuição-Compartilha Igual 4.0 a não ser que você se manifeste ao contrário. Vamos aprender o significado disso no início do semestre. Isso significa que o material que você criar será disponibilizado para o público, e poderá ser:

  • Compartilhado, permitindo à terceiros copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
  • Adaptado – permitindo à terceiros remixar, transformar, e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.

Plataformas

Vamos usar plataformas federadas e livres. Em alguns momentos, será uma experimentação, faz parte do nosso aprendizado. Sempre teremos uma solução alternativa, caso necessário (redundância é princípio básico da Educação Aberta).

  • Mastodon ou Element – vamos definir dependendo do tamanho do grupo
  • Jitsi e ConfWeb – discussões virtuais (link privado para alunos)
  • Nextcloud/Onlyoffice: baixar leituras e postar atividades/arquivos (link privado para os alunos)
  • WordPress, PubPub ou Wikiversidade – portfolio/reflexão semanal

Avaliação

  • Participação nas discussões toda semana (10%)
  • Participação nas aulas síncronas (10%)
  • Página de portfólio incluindo reflexão semanal (50%)
  • Produto final – REA (30%)

Módulos e temas

As leituras estarão todas disponíveis online. Se forem livros ou leituras ainda não publicadas, baixe no Nextcloud. Pode mudar até a segunda semana de aula!

Tema DataEncontro
Não haverá encontro. Orientações enviadas por e-mail19/01Assíncrono
Introdução, bate papo inicial, projetos e plataformas.
26/01ConfWeb
Revendo introdução com quem chegou
Hipertexto, remix
02/02ConfWeb
Acesso aberto e ciência aberta 09/02ConfWeb
Edição da Wikiversidade – texto sobre software livre. Discussão no Element.16/02Não haverá encontro
Código aberto e software livre
Apresentação dos alunos sobre software livre.
Convidada: Flávia Arantes (Unicamp), confirmado
23/02ConfWeb
Carnaval02/03Não haverá encontro
Direito autoral, licenças livres e educação09/03ConfWeb
REA e o contexto brasileiro16/03Jitsi
Discussão sobre a atividade REA23/03ConfWeb
Aberto e mercado
Convidada: Ms. Tassiana Carvalho (MEC), confirmado
30/03ConfWeb
Direitos digitais
Convidada: Priscila Gonsales (IEA/Unicamp)
06/04ConfWeb
Práticas abertas
Convidada: Ms. Janaina Sousa (STF), confirmado
13/04ConfWeb
Trabalho em grupo nos produtos finais20/04Não haverá encontro – Finalizar roteiro!
Apresentações e produtos finais27/04ConfWeb
Avaliação final04/05Entrega final online. Não haverá encontro (talvez um café presencial!)

Portfólio dos alunos

Hipertexto, remix, reuso e autoria

Ao ler e interagir com os textos abaixo, pense no significado do leitor e do autor; no conceito de linearidade da leitura (digital, mas também na impressa); no significa de apropriação, reuso e remix em suas diversas formas e como olhar para esse conceitos com maior flexibilidade nos permite ver identificar novas papeis e novas formas criação.

  • Ítalo Calvino (baixar na nossa pasta). Castelo dos destinos cruzados
  • Leonardo Villa-Forte (baixar na nossa pasta). Escrever sem escrever: literatura e apropriação no século XXI.
  • Farago, Jason (interativo). Uma Revolução artística, feita com tesouras e cola (original em inglês ou tradução automática)
  • Lev Manovich. Remixability and Modularity (original em inglês). Precisa traduzir? Use o Deepl, por exemplo.

Acesso aberto e ciência aberta

O acesso aberto hoje é um movimento consolidado (não sem desafios, como evidenciamos nas crises de acesso ao conhecimento durante Zika e agora, nos pactos para liberação de conhecimento global sobre a COVID-19). O conhecimento científico deve ser aberto à todos? Como isso deve ser efetivado? Quais modelos são viáveis? Quem paga essa conta? Até que ponto devemos ir (Scihub, Swartz) para conseguir que isso aconteça? Vamos debater essas questões em aula.

Código aberto e o software livre

Dos que vamos estudar, o movimento mais consolidado. O mundo pararia sem software livre (do foguete da SpaceX ao seu celular). Muitos dos princípios que fazem parte desse movimento foram diretamente importados pela educação. As ‘liberdades” e as licenças livres de software influenciaram diretamente na construção das licenças abertas para a cultura e educação (como Creative Commons), e o ‘código aberto’ do software livre é a base dos formatos abertos, tão importantes para o reuso e o remix de recursos educacionais abertos. Ao ler os textos abaixo, procure entender esses ‘princípios’ muito mais do que a discussão sobre software em si. A Prof. Dra. Flavia Arantes, coordenador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação/UNICAMP, estará conosco para apresentar os benefícios de trabalhar com a lógica do software livre na educação, na perspectiva de quem usa, e produz.

Direito autoral, licenças livres e educação

No contexto da cultura digital, um conceito de direito autoral inflexível, com base em ‘todos’ os direitos reservados cria um desequilíbrio enorme entre o direito ‘autoral’ e direitos fundamentais (acesso à educação, cultura, por exemplo). Ao ler os textos abaixo, busque compreender o conceito (e os problemas) com as exceções e limitações na Lei de Direito Autoral (LDA) e como a interpretação avançou bastante nos últimos anos; bem como as licenças abertas (como Creative Commons) se encaixam na LDA (e não são algo ‘contra’ o direito autoral).

Recursos educacionais abertos e o contexto brasileiro

REAs (e suas licenças livres) são os grandes catalisadores do movimento da educação aberta contemporânea. Por isso, vamos usar um bom tempo discutindo o que são e botando a mão na massa. Preste atenção em como os conceitos de autoria, acesso ao conhecimento (acesso aberto), licenças abertas (direito autoral), formatos abertos (software livre), e outros entram em confluência e se potencializam nos ideias dos REA. Tente ver também como o movimento (parecido com o que tem acontecido com o acesso aberto) tem sido cooptador por forças como o mercado editorial.

Aberto e o mercado

Muita gente associa o aberto e o livre com ‘público’ ou ‘grátis’. Estas coisas não são iguais, mas muitas vezes se encontram. O mercado é parte importante do movimento para abertura. No software, não há grande empresa que não trabalhe com software livre (Microsoft, Google); na ciência aberta as grandes editoras todas se adaptaram à novos modelos (Elsevier, e afins); na educação, temos inserção clara de licenças abertas em grandes espaços de atuação de editoras, como o PNLD (Plano Nacional do Livro e do Material Didático/MEC). Nesse encontro, teremos a participação da Ms. Tassiana Carvalho para nos falar sobre estudo muito recente sobre a relação entre o mercado editorial e o conceiito de REAs.

Direitos digitais na educação aberta

Não só de aspectos técnicos se faz a educação aberta. Aqui começamos a navegar territórios éticos e didáticos. No âmbito da cultura digital, e permeados como estamos por plataformas que fazem a ‘mediação’ da nossa vida (não só online), temos que pensar nas escolhas que são feitas e nos princípios que podem guiá-las. Aqui, vamos discutir princípios mas com um olhar muito focado na nossa realidade. Tente compreender os problemas e desafios do avanço de grandes plataformas do capitalismo de vigilância na educação. De que forma conceitos como privacidade e coleta e tratamento de dados tem relação e impacto na educação e como o conceito de ‘abertura’ pode nos ajudar a pensar em outros futuros tecnológicos. Aqui, teremos a participação de Ms. Priscila Gonsales da Unicamp e Iniciativa Educação Aberta, falando um pouco sobre a relação da Inteligência Artificial com a educação, no contexto da educação aberta e direitos digitais.

Práticas Educacionais Abertas

Parece estranho fechar justo com as práticas. Mas PEA só faz sentido depois de encher a mochila metafórica com todos os conceitos acima. O que podemos fazer, como educadores, para incorporar os princípios de abertura na educação? Como podemos pensar no conceito de ‘práticas abertas’? Aqui, teremos participação da Ms. Janaina Sousa que fez estudo importante e recente no contexto brasileiro sobre PEA,.

Imagem de destaque de Filip Kominik on Unsplash (Licenças Unsplash).

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